Aproveito a ocasião do dia dos pais para partilhar com vocês minha modesta opinião a respeito de uma determinada cena do filme A procura da Felicidade (The Pursuit of Happyness). Um filme de 2006, que provavelmente você já assistiu, mas que é daqueles que vale a pena ter em casa pra rever de vez enquando. Ele aborda em seu contexto a relação de amizade, confiança e respeito entre pai e filho, um tema que me emociona antes mesmo do pequeno Cauê nascer. A história é real, instigante, adaptada para o cinema e embora construída com uma peculiar poética motivacional, nos aproxima do drama que deve ter sido o roteiro da vida real. Ainda não experimentei assistí-lo novamente junto do filhote, mas imagino o snif…, snif…, lacrimenjante resultado.
Para quem não assistiu ou ainda para os que querem relembrar, vale recorrer antes a sinopse ou ao link do filme no final do post.
A cena que definitivamente me provoca:
Após ter sido despejado do apartamento onde morava com seu filho, o vendedor Chris Gardner (Will Smith) e o filho Christopher (Jaden Smith) procuram um lugar para passar a noite, desorientado e exausto, Chis vai parar na estação de trem, contudo ao perceber que seu desânimo começa a tomar conta também do filho, propõe algo inusitado na tentativa de desviar o foco do problema e motivar o filho diante da situação: sugere que um dos aparelhos que vende é uma máquina do tempo capaz de realizar viagens ao passado, bastando para isso apertar um pequeno botão e fechar os olhos. O filho não acredita, Chris insiste, o pequeno cede a curiosidade, então clica no botão, fecha os olhos e…aparentemente nada acontece, sob o ponto-de-vista do espectador o cenário é exatamente o mesmo mas…é preciso a magia do olhar lúdico de criança pra enxergar , é justamente onde começo a me emocionar com a cena. O pai se encarrega de estabelecer esse elo de ligação entre o real e o imaginário levando o filho a acreditar que de fato os dois viajaram ao passado e agora estão cercados de dinossauros, precisando de abrigo e proteção. Christopher, convencido pelo pai, se entrega encantado à mágica, os dois correm até a caverna (banheiro da estação) para se refugiar dos predadores. É lá, sentados no chão, sobre jornais, que ambos passam a noite. Um colo é tudo que o pequeno Christopher precisava naquele momento para se sentir protegido, enquanto adormece alheio ao choro contido e às lágrimas do pai que sofre calado por ter que submeter seu filho aquela situação extrema.
Uma cena que realmente mexe comigo, talvez por toda a simbologia que carrega e que provavelmente só eu as identifique baseado nas minhas próprias experiências de vida. Ou ainda, quem sabe, porque me confunda com os personagens. Hora me reconheço no filho, hora no pai. Deixo a lembrança me levar ao passado, quando certamente na “caverna” adormeci seguro e protegido enquanto meu pai enfrentava as feras lá fora e dou um pulo no futuro com a mais absoluta certeza de que farei o mesmo por meu filho se preciso for.
Fica a dica para o dia dos pais e a mensagem que essa maravilhosa cena nos proporciona.Certamente um belo exemplo de relação baseada no respeito, carinho, confiança e no amor de maneira abrangente, entre pais e filhos.
Curiosamente a relação de amor vivida no filme, ultrapassa as fronteiras da sétima arte e se materializa na vida real uma vez que Will Smith e Jaden Christopher Syre Smith são pai e filho de fato.
Que a vida preserve nos pais e nos filhos a essência desse amor.
Feliz dia dos pais.
Sinopse:
À PROCURA DA FELICIDADE, (The Pursuit of Happyness), Chris Gardner (Will Smith) é um homem de família lutando para sobreviver. Apesar de todas as tentativas para manter a família unida, a mãe (Thandie Newton) de seu filho de cinco anos Christopher (Jaden Christopher Syre Smith) está constantemente sobre uma forte pressão financeira. Sem condições de suportar a situação, ela relutantemente decide partir. Chris, agora um pai solteiro, continua a perseguir desesperadamente um emprego com melhor remuneração, usando toda sua habilidade de vendedor. Ele ingressa como estagiário numa grande importante corretora de ações, e apesar de não haver salário, ele aceita, na esperança de no final do programa conseguir um emprego e um futuro promissor. Sem apoio financeiro, Chris e seu filho são despejados de seu apartamento e logo são forçados a dormir em abrigos, estações de ônibus, banheiros e onde quer que possam achar refúgio durante a noite. Apesar dos problemas, Chris continua a honrar seu compromisso como um pai amoroso e afetuoso, usando a afeição e a confiança que seu filho depositou nele para superar os obstáculos que encontra.
Link para o filme:
(localização da cena 1:21:22) http://www.youtube.com/watch?v=dPIMClIMmBU